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Cibersegurança x Educação: Como reduzir o déficit de profissionais de segurança da informação?
21-04-28
por Leonardo Carvalho

Cibersegurança x Educação: Como reduzir o déficit de profissionais de segurança da informação?

Cibersegurança é cada vez mais um tema vital para as organizações. A tal ponto que hoje é praticamente inconcebível uma empresa não considerar como uma prioridade estratégica a proteção de seu ambiente, seus dados e os dados dos seus clientes e parceiros.

Afinal, vivemos uma realidade na qual toda empresa é potencialmente alvo de ataques cada vez mais sofisticados, capazes de trazer prejuízos incalculáveis tanto financeiros quanto para sua própria imagem.

Neste cenário, um dos principais desafios no que se refere à cibersegurança é justamente formar e capacitar profissionais no mesmo ritmo das exigências do mercado, reduzindo um gap que é observado há anos.

Não faltam estudos que mostram que a situação é cada vez mais crítica. Um deles, do Enterprise Strategy Group (ESG), que ouviu 327 profissionais na América do Norte e do Sul e na Europa, aponta que a falta de especialistas em segurança afeta 70% das empresas. Em números absolutos, o estudo afirma que seriam necessários 4 milhões de trabalhadores especializados para preencher esse gap.

No Brasil o panorama é ainda mais crítico. Um estudo sobre força de trabalho global realizado pela consultoria ISC2  coloca o país no topo da lista dos mais afetados com a falta de profissionais de cibersegurança entre 14 países avaliados. Segundo o relatório, o Brasil precisaria aumentar em mais de 52% o número atual de especialistas (cerca de 635 mil) para dar conta da demanda.

Trata-se de um quadro que pede ações e soluções criativas que possam acelerar a capacitação de profissionais que atuam em cibersegurança e superar essa falta de mão de obra especializada.

Hoje, 28 de abril, comemoramos o Dia Mundial da Educação. Para celebrar, entrevistamos o head do ARP, uma iniciativa da Tempest criada em 2017 para fomentar iniciativas educacionais e o desenvolvimento profissional dos nossos colaboradores e, além disso, produzir pesquisa e inovação voltadas à investigação e solução de problemas da cibersegurança.

 

ARP: uma iniciativa da Tempest para formar e capacitar profissionais de segurança

Em uma ação pioneira entre empresas de segurança no Brasil a Tempest estruturou, em 2017, um novo departamento denominado ARP, acrônimo para “Academy, Research & Publishing”.

Segundo o Head do ARP, Gerson Castro, esta nova área surgiu com os objetivos de “promover a disseminação e a produção do conhecimento técnico, bem como a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) em Cibersegurança, contribuindo na ampliação da segurança digital, na atração de grandes talentos e no amplo reconhecimento da excelência técnica da Tempest”.

Inicialmente focado nos pilares de Pesquisa e Publicação (através da divulgação das pesquisas desenvolvidas pelos Tempesters em nosso outro blog, o Side Channel), o ARP vem evoluindo desde o ano passado para se tornar uma referência em capacitação e desenvolvimento de profissionais em diversas áreas e aspectos relacionados com a cibersegurança.

Demos início a esta iniciativa em 2020, alinhando e definindo conjuntamente com os Heads de cada departamento técnico da Tempest quais eram as necessidades de treinamento de seus times e planejamos um conjunto de cursos iniciais classificados em Estruturantes e Específicos por Carreira  (…) Agora em 2021 a meta é dar continuidade nas ações dos cursos Estruturantes, em particular aos novos colaboradores que estão sendo contratados e, especialmente, darmos início aos primeiros cursos Específicos”, conta Gerson

Recentemente, o ARP iniciou mais uma iniciativa no sentido de fomentar a educação e formação para a segurança, dessa vez indo além do perímetro da Tempest: uma parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) patrocinando o desenvolvimento de pesquisas de alunos de mestrado e doutorado em temas de cibersegurança.

Leia abaixo a entrevista completa e saiba mais sobre esta e outras iniciativas do ARP e da Tempest.

Entrevista com Gerson Castro, Head do ARP (Academy, Research & Publishing)

Gerson Castro – Head do ARP

Gerson, fale um pouco sobre o ARP, sua idealização e objetivos

Educação faz parte do DNA da Tempest desde a sua fundação porque seus três sócios-fundadores se reuniram e idealizaram a empresa quando ainda estavam na Universidade. Por isso a Tempest sempre soube reconhecer e valorizar que as pessoas e o conhecimento gerado por elas são o principal ativo de qualquer negócio e o investimento em pesquisas e desenvolvimento profissional contínuo de seu time como sendo um dos seus principais diferenciais estratégicos.

Dessa forma, investir em ações de Educação e Pesquisa é uma ação estratégica da Tempest que vem dando certo nestes últimos 20 anos e, visando dar continuidade e ampliar ainda mais esses resultados, desde 2017 a Tempest estruturou um departamento interno denominado Academy, Research & Publishing (ARP).

A Missão do ARP é promover a disseminação e a produção do conhecimento técnico, bem como a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) em Cibersegurança, contribuindo na ampliação da segurança digital, na atração de grandes talentos e no reconhecimento da excelência técnica da Tempest. Já nossa Visão é tornar a Tempest  referência nacional em promoção do conhecimento, inovação e marca empregadora em Cibersegurança. Para isso realizamos um conjunto de ações de Educação e Pesquisa, tanto interna, como externamente.

Internamente, o ARP visa contribuir no desenvolvimento profissional dos Tempesters – uma forma carinhosa como tratamos nossos colaboradores – através de iniciativas de treinamentos e certificações, além de estimular e promover o desenvolvimento de pesquisas que permitam gerar inovação ou melhorias de nossos processos ou serviços, a produção de conteúdo técnico e o compartilhamento do conhecimento.

Já fora da Tempest, o ARP procura articular iniciativas e ampliar relacionamento com Instituições de Ensino Superior de referência nacional visando a disseminação do conhecimento e a atração de talentos para a própria Tempest e seus clientes e parceiros.

 

No que se refere à parte de capacitação interna, quais são as principais metas estabelecidas e quais foram as principais conquistas em 2020

Em conjunto com o nosso departamento de PeopleOps – que realiza a gestão de pessoas – o ARP colabora no planejamento, especificação e estruturação das iniciativas de treinamento e certificação do programa de desenvolvimento profissional corporativo da Tempest, denominado Programa Evoluir.

Demos início a esta iniciativa em 2020, alinhando e definindo conjuntamente com os Heads de cada departamento técnico da Tempest quais eram as necessidades de treinamento de seus times e planejamos um conjunto de cursos iniciais classificados em Estruturantes e Específicos por Carreira.

Os cursos Estruturantes são aqueles que incluem conhecimentos básicos para todos os Tempesters, independente da sua área de atuação; eles servem de pré-requisitos aos cursos Específicos que, por sua vez, são aqueles voltados às carreiras específicas dos Tempesters dentro da empresa, sejam elas de segurança defensiva, ofensiva, inteligência de ameaças, engenharia de software ou ciência de dados.

E, vale ainda ressaltar, que um dos principais objetivos desta iniciativa é valorizar e reconhecer nossos talentos internos; sempre que identificamos internamente a competência e excelência técnica do foco do treinamento, incentivamos e apoiamos que esses treinamentos sejam ministrados pelos próprios Tempesters, contando com todo o apoio e suporte didático-pedagógico e administrativo do ARP e do PeopleOps.

No ano passado a meta foi planejar, estruturar e realizar os cursos Estruturantes, o que conseguimos alcançar com sucesso e com um alto nível de satisfação e reconhecimento dos nossos colaboradores.

 

Ainda sobre esse tema, o que já está se projetando para 2021 e qual o grande objetivo para este ano?

Além de dar continuidade nas ações dos cursos estruturantes (em particular aos novos colaboradores que estão sendo contratados) queremos dar especial foco aos primeiros cursos Específicos por Carreira, usando o primeiro semestre para planejamento e estruturação desses novos treinamentos e o segundo semestre para execução das suas primeiras turmas.

Também está entre os objetivos elevar entre 5 a 10% os nossos indicadores – como nível de satisfação e aplicabilidade no dia-a-dia e na carreira profissional dos Tempesters. Para isso (e muito por causa da pandemia), os treinamentos foram cuidadosamente planejados e estruturados para serem realizados em sistema de EaD Síncrono com suporte de ferramentas educacionais como Zoom, Google ClassRoom, Kahoot, Emuladores e Simuladores Didáticos, entre outros, diferente dos treinamentos em formato presencial a que todos estavam acostumados.

Cabe destacar aqui a percepção que tivemos no aumento quantitativo e qualitativo das nossas ações internas já bem estabelecidas em um outro segmento de atuação do ARP que se beneficia dessas ações educacionais sobre nossas iniciativas de pesquisa, geração de conteúdo técnico e compartilhamento de conhecimento.

 

Sobre esta nova iniciativa de Educação através da parceria com instituições de ensino superior… como surgiu, qual o objetivo no curto, médio e longo prazo?

Apesar de historicamente a Tempest possuir um registro de várias ações realizadas em conjunto com algumas Universidades nacionais, decidimos ampliar ainda mais estas ações em Educação e Pesquisa fora da empresa. Para isso estamos finalizando neste segundo trimestre o planejamento de um conjunto de ações (as quais estaremos divulgando com mais detalhes nas próximas semanas) que visa uma maior aproximação das Universidades, Instituições de Ensino e Centro de Pesquisa em todo o Brasil, .

Mas, de forma geral, o objetivo é contribuir com estas Instituições no processo de formação profissional de seus alunos em Cibersegurança, pelo compartilhamento do know-how e expertise da Tempest através de cursos, palestras, conteúdo técnico, eventos e competições produzidas pela nossa empresa, visando mapear e atrair talentos.

Vale destacar que já demos início a algumas ações, tal como a recém anunciada da parceria que fizemos com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento (FADE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), através do programa MAI/DAI do CNPq,

Através desta parceria estaremos fazendo investimentos em bolsas de doutorado e mestrado e acompanhando os professores orientadores e alunos destes programas de pós-graduação stricto sensu no sentido de analisar e propor soluções de inovação para desafios reais da Tempest em suas pesquisas.

 

Quais estão sendo os principais desafios nesta iniciativa?

Planejar e organizar as ações da forma mais sustentável possível, entre os investimentos que serão feitos pela própria Tempest e também de alguns parceiros, para que possamos escalar e levar essas ações para Instituições de Ensino e Centros de Pesquisa em todo país.

 

Do ponto de vista do mercado de segurança e do gap de profissionais que se observa já há algum tempo, qual o resultado esperado com as iniciativas do ARP? É possível que isso impacte positivamente mesmo entre nossos clientes e parceiros?

O principal resultado esperado é, de um lado, poder mapear onde estão os talentos em Cibersegurança em todo o Brasil, não importando ser um aluno de uma reconhecida Instituição de uma grande capital, ou mesmo de uma Instituição de uma cidade do interior de um estado brasileiro e, por outro lado, buscar atrair esses talentos para que possam vir trabalhar conosco e dar suporte ao forte crescimento que a Tempest vem sofrendo nos últimos anos.

Com isso, acreditamos que além de estarmos ajudando a consolidar a Tempest como principal marca empregadora no segmento de Cibersegurança, também estaremos contribuindo com ações de responsabilidade social na oferta e geração de emprego e renda, não só para a própria Tempest, mas também na articulação desses talentos junto aos nossos clientes e parceiros e de todo o mercado, que também precisam contratar bons profissionais de Cibersegurança.

 


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